A 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa esteve em Arapoti na quarta-feira (26) para realizar treinamento aos 54 integrantes â?? entre titulares e suplentes â?? do Conselho Municipal de Saúde (CMS). O principal objetivo foi reciclar as condutas de atuação no dia a dia dos conselheiros, sendo que as premissas da entidade são fiscalizar, avaliar e controlar o setor juntamente da Secretaria de Saúde (SMS) do município. O encontro, que aconteceu no salão da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, teve como intenção também voltar a atenção dos integrantes para o controle social, que norteia o Sistema Ã?nico de Saúde e ainda para que saibam, realmente, qual o seu papel na sociedade.

De acordo com a responsável pelo treinamento, Paulina Bastos, o dia foi de reflexão. Os presentes avaliaram o trabalho que vêm desenvolvendo e apontaram, juntamente de orientação técnica, o que pode ser melhorado. â??Este tipo de encontro sempre é muito produtivo porque estudamos o trabalho dessas pessoas. Ã? importante ouví-las para termos também a real noção de como está o funcionamento da Saúde na cidade. Além disso, eles ficam por dentro do que podem aplicar de novo nas atividades que desenvolvemâ?.

Para o presidente do CMS, Claudinei José Moreira, a entidade vem atuando de forma satisfatória na cidade. â??Esta capacitação veio como uma complementação de conhecimento na nossa área de atuação. O que, de fato, é essencial. Assim, podemos melhorar aquilo que já realizamosâ?, declara. Ele conta que toda a comunidade foi convidada a participar do encontro, já que hoje existe uma equipe eleita, mas no futuro ela precisará ser substituída e pessoas preparadas precisarão assumir.

O prefeito, Luiz Fernando De Masi, participou do encontro e falou sobre a importância do grupo. â??O Conselho Municipal de Saúde está aí para nos orientar enquanto gestores. E nós temos que aceitar aquilo que nos trazem. A partir disso, procuramos caminhos para melhorar determinada questão levantada. Daí a importância de uma cidade ter este tipo de entidade, para que juntos, possamos oferecer uma saúde de qualidade para a populaçãoâ?.

Segundo ele, um exemplo de situação em que os conselheiros podem ajudar em Arapoti é na questão da liberação de medicamentos pela Prefeitura. â??Recebi o relatório de atividades da nossa Secretaria de Saúde referente a 2009 e vi lá que durante o ano passado mais de 70 mil pessoas passaram pela Unidade Materno Infantil para retirar medicamentos. E a nossa população é de cerca de 26 mil pessoas. Isso indica que mais que o dobro dos nossos habitantes passaram por lá. Este fato demonstra que temos que intensificar os trabalhos de prevenção de doenças, e não simplesmente distribuir remédiosâ?. Da mesma opinião compartilham o secretário de Saúde de Arapoti, Luiz Antônio Bispo e o presidente da Câmara de Vereadores, Ademir Aparecido Moreira.

Integrantes do Conselho

O presidente do CMS, diz que os conselheiros são escolhidos de forma eletiva. A cada dois anos, Arapoti realiza a Conferência Municipal da Saúde, momento em que acontece a eleição. Mas o princípio desta escolha ocorre já comunidade, por meio das associações de moradores, que já indicam seus representantes. â??São essas pessoas que vão participar da eleição dentro da conferência, ou seja, são pessoas escolhidas pela própria sociedadeâ?, diz Moreira. Além disso, o conselho é paritário: 50% dos escolhidos são usuários da saúde, 25% trabalhadores da área e 25% gestores â?? colaboradores da SMS.

História

O Conselho Municipal de Saúde de Arapoti é um dos mais antigos do Paraná, existe desde 1937, mas nesta época ainda não tinha a participação popular. Em 1970 ele passou a emitir pareceres sobre questões relacionadas a promoção e recuperação do setor, no entanto, o controle social ainda não era levado em conta. Isso só aconteceu a partir dos últimos anos. Com a Lei Federal N° 8.142, de 28 de dezembro de 1990, os conselhos passaram a ter caráter deliberativo, com intenção de planejar, executar e avaliar programas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Foi a partir desta lei que a comunidade em geral começou a participar ativamente dos conselhos de saúde.