Desde que Arapoti foi atingida pelo forte volume de chuva no fim do mês de janeiro, tem sido grande o empenho da Prefeitura Municipal, por meio de suas secretarias, em restaurar os pontos que foram danificados. E não foram poucos. Existem registros nas áreas urbana e rural â?? pontes que foram levadas pela água ou tiveram as cabeceiras afetadas, estradas que foram interditadas por desmoronamentos, ruas e rodovias alagadas por conta do rompimento de tanques que não suportaram a pressão e arrebentaram. O relatório das potenciais despesas ocorridas na cidade, emitido esta semana pela Secretaria de Planejamento, dá conta ainda que 77 casas sofreram danos deixando 19 pessoas desabrigadas temporariamente. No entanto, estima-se que 175 foram diretamente prejudicadas. O documento trata também dos prejuízos que a chuva deixou na agricultura, já que uma propriedade teve perda total na lavoura de feijão e outras prejuízos parciais como na produção leiteira, quando os produtores tiveram de ordenhar as vacas e jogar fora o leite porque não puderam comercializar o produto devido às más condições das estradas.

Por conta de tudo isso, dois documentos confeccionados pela Prefeitura em parceria com a Defesa Civil, em nome de seu coordenador municipal, Nelson Alves Luiz, foram encaminhados aos governos estadual e federal: o Nopred â?? Notificação Preliminar de Desastres e o Avadan â?? Avaliação de Danos. â??Ambos têm como objetivo justificar os danos ocorridos no município para que sejam liberados recursos que vão auxiliar na reconstituição dos pontos afetados. Mais que isso, o relatório de danos de Arapoti será enviado à Secretaria Nacional da Defesa Civil como medida complementar. Nele estão os projetos com os valores necessários para a recuperação do que foi perdidoâ? explica o chefe de Gabinete, Daniel Pereira Azevedo.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (SMI) estima que R$ 882,4 mil terão de ser empregados em reformas de pontes, drenagens em bairros urbanos e rurais. A ponte da localidade rural Loteamento já recebeu ajuda proveniente do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Foram pranchas e vigas de concreto. Para o local também está sendo feito orçamento para que a passagem seja ampliada e alargada, o que facilitará a vida de quem mora na região.

Na recuperação de vias urbanas asfaltadas o emprego de verba passará de R$ 4 milhões. Outros investimentos na importância de R$ 23,8 mil deverão ser destinados para o esgotamento de fossa na Escola Municipal Orlando Pinto Mendes â?? Distrito de Calógeras â?? e em reforma de residência na Vila Santo Antônio. Também houveram custos no aluguel emergencial de tratores e caminhões para a desobstrução de estradas rurais. Isso foi necessário porque a frota da SMI composta por oito caminhões, quatro patrolas e uma retroescavadeira não foi suficiente. O DER emprestou caminhões caçamba e escavadeira hidráulica.

No bairro Aratinga na via de acesso que teve um trecho levado pela enxurrada, a secretaria já trabalha no aterramento e logo começará a reforma na Rua Nabor Alves de Mesquita, que teve parte do asfalto arrancado. A ponte que dá acesso à 4ª Lomba â?? Colônia Holandesa â?? também está em fase de recuperação. â??Dentro de 15 dias os trabalhos por lá devem ter sido terminadosâ?, diz a engenheira da Prefeitura, Ana Cláudia Krul.

Segundo ela, rios como Água do Piquete, Lajeadinho e Burrinho estão sendo limpos para que não entupam mais bueiros. Estradas rurais estão sendo cascalhadas e na Rua Pedro Nunes de Lara, por exemplo, está sendo realizada operação â??tapa buracosâ??, que foram abertos em decorrência das chuvas.

De acordo com a Secretaria de Assistência Social (SMAS), a contabilidade na sua pasta foi a seguinte: foram doados às famílias atingidas pelo temporal 150 cestas básicas â?? levando-se em conta os meses de fevereiro e março, já que as famílias perderam todos os alimentos que possuíam â??; 12 colchões; 60 cobertores; 200 peças de roupas e 200 produtos de limpeza.

No levantamento da Secretaria Municipal Agrícola (SMA) foi levado em consideração os danos causados pela falta de energia. A CERAL â?? Cooperativa de Eletrificação Rural, informou que foram cerca de 36 horas sem luz, o que prejudicou quem armazena a produção em refrigeração. Além disso, foram mencionados os danos causados por conta das estradas que não puderam ser utilizadas por alguns dias. De acordo com a SMA foram perdidos 16 mil hectares de soja, 10 mil hectares de milho, 5 mil hectares de feijão e 2 milhões de litros de leite. Houve também perdas em hortifrutigranjeiros, mas há dificuldade no momento em quantificar essas perdas em valores monetários.

Secretarias municipais, Defesa Civil e Bombeiro Comunitário â?? todos trabalham juntos na recuperação de Arapoti. O decreto 2129/10 que informa situação de emergência em nível III, dá noção da realidade pela qual a cidade tem passado.

Novas pontes

O governo do estado liberou esta semana um total de R$ 210 mil para a construção de pontes em estradas rurais em vários municípios. Tal ação foi possível por conta de convênio entre as cidades com a Secretaria de Estado dos Transportes. De acordo com o governador, Roberto Requião, será por meio deste programa que os municípios que tiveram danos em pontes por causa das chuvas serão auxiliados. Pelo convênio, serão cedidas vigas, lajotas e guarda-rodas. Cabe às prefeituras executarem os aterros e as cabeceiras. Para Arapoti foram liberadas estruturas para a construção de duas pontes: nas localidades Arrozal e Roncador.

AMCG faz campanha

Foi lançada na manhã da quarta-feira (3) a campanha â??Os Campos Gerais por Arapotiâ?. A iniciativa faz parte da ajuda às cidades de Sengés e Jaguariaíva, que também tiveram prejuízos. Os donativos em Ponta Grossa devem ser entregues na sede da AMCG, na Rádio Jovem Pan ou nas lojas Mercados Móveis. Em Tibagi as doações podem ser deixadas na Defesa Civil. Já em Arapoti os pontos são a Secretaria de Assistência Social, CRAS, Rádio Cidade e loja Mercado Móveis. Para mais informações ligue (42) 3225-1398.