Piraí do Sul foi o ponto de encontro para a 1ª Conferência Intermunicipal de Cultura dos Campos Gerais que teve o tema â??Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimentoâ??, na semana passada. As cidades de Arapoti, Castro, Jaguariaíva e Sengés, por meio de seus órgãos gestores de cultura, foram até o Clube Piraiense com o objetivo de formular propostas a partir de cinco eixos de discussão â?? diversidade cultural, cultura cidade e cidadania, cultura e desenvolvimento sustentável, cultura e economia criativa, e gestão e institucionalidade da cultura. As propostas serão levadas para a conferência de nível estadual, que ainda não tem local e data confirmados. De lá devem seguir para a Conferência Nacional de Cultura, que será realizada pelo Ministério da Cultura em Brasília.

De acordo com a diretora de Cultura de Arapoti, Valéria Gouveia, a iniciativa de promover a conferência com vários municípios de uma só vez partiu da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG). â??A ideia foi boa em primeiro lugar por conta da interação com os demais municípios, já que pudemos ter o olhar de todos sob o mesmo assunto e argumentar sobre os â??prós e contrasâ?? de cada eixo. Também foi interessante por conta da economia que trouxe às cidades, pois dividimos as despesasâ?.

Além de pessoas envolvidas com cultura, como os funcionários do Memorial Capão Bonito e artesãos da cidade, Arapoti contou com o apoio dos diretores, coordenadores e professores da Rede Municipal de Ensino. â??Acreditamos que os mestres são pessoas fundamentais por introduzirem a cultura nas crianças já em sala de aula. Por isso a participação deles foi fundamentalâ?, acredita Valéria. O público levado pelos municípios participantes chegou perto de 400 pessoas.

O colaborador da Secretaria de Planejamento de Arapoti, Clayton Siqueira, foi o responsável por falar sobre o quarto eixo, que envolve cultura e economia. Ele direcionou os olhares de todos às formas de se obter renda a partir dos talentos culturais de cada município. â??A cultura está dentro de nós. Acontece que em algumas pessoas ela floresce com mais facilidade e é aí que surgem os artesãos, escritores, dançarinos, atores, cantores. E essas pessoas necessitam de um norte financeiro, ou seja, formas de ganhar dinheiro com este domâ?.

Segundo ele, em Arapoti, a cultura possui inúmeros parceiros que ajudam neste sentido. Exemplo são a Secretaria Municipal de Assistência Social, o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) e a Associação Comercial que incentivam e promovem eventos onde essas pessoas podem comercializar o que criam. â??Mas nós precisamos de mais entidades em prol deste objetivo. Por isso, pedimos para que escolas e instituições abram as portas e essas pessoas possam vender seus produtos na forma de feiras, mostras culturais, etcâ?. Para ele, a cultura também existe para trazer renda e dignidade às pessoas.

Cada eixo elegeu entre os membros três representantes para a conferência que vai acontecer em nível de estado, sendo um integrante da esfera governamental e dois da sociedade civil organizada, além de um suplente para a comunidade. O eixo de Arapoti nomeou a coordenadora escolar, Marisa Iaros de Souza, como suplente. Ela levará, entre as propostas, a criação de rótulos municipais para os produtos de artesanato e a implantação de cursos de capacitação nas áreas de marketing e finanças para os artistas.

No hall de entrada do clube onde aconteceu o encontro todos os municípios tiveram um espaço para expor atrativos locais. Arapoti utilizou o espaço para mostrar trabalhos desenvolvidos nos cursos que oferece e também peças de artistas da Casa do Artesão.