O Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS) foi apresentado na tarde da quarta-feira (29) a cerca de 40 pequenos produtores de duas comunidades rurais de Arapoti: Km 44 e Calógeras. A iniciativa, prevista no plano de governo da atual gestão, mobilizou secretarias e departamentos municipais para dar auxílio nas propriedades. Equipes de técnicos da Secretaria de Agricultura do município percorrerão as propriedades e farão um â??raio â??xâ??â? para verificar onde podem acontecer melhorias. De posse dessas informações, entram em ação os consultores, que fazem parte de uma comissão formada por diversos parceiros que atuarão no programa. Neste primeiro momento, o objetivo é melhorar a qualidade da bacia leiteira dessas regiões, já que muitas famílias dependem desta produção para sobreviver.

O prefeito, Luiz Fernando de Masi, esteve à frente da reunião desta semana. Ele anunciou investimentos que o município está fazendo para melhor gerir o programa. â??Recentemente contratamos uma médica veterinária que será de grande importância para o DRS. Em breve admitiremos também um engenheiro agrônomoâ?. De Masi ainda orientou os presentes. â??Os agricultores devem procurar pelo DRS e se informar sobre tudo o que ele pode proporcionar, pois acredito que é uma iniciativa que vai ajudar muito a todos elesâ?. De acordo com o prefeito, ações serão realizadas em todo o município, desde que hajam grupos de agricultores organizados. No Km 44 foi montada a Associação dos Agropecuaristas do Km 44 e, em Calógeras, a Associação A Pioneira.

Com o objetivo de alertar sobre doenças que afetam rebanhos e pessoas que trabalham com os animais, duas palestras foram ministradas durante o encontro. A primeira falou sobre as enfermidades que mais atingem os bois: tuberculose e brucelose. As características de cada uma, diagnóstico, cura e as formas de prevenção foram destacadas. â??Ã? importante os produtores saberem disso porque, muitas vezes, essas doenças passam despercebidas e podem infectar a eles próprios, como também pessoas que consumam o leite contaminadoâ?, informa a veterinária, Lika Yamamoto. A Epidemiologia do município também esteve presente para falar sobre essas doenças e aproveitou a ocasião para alertar sobre a gripe A â?? influenza H1N1. â??Estamos num momento em que a informação é de suma importância. Por isso aproveitamos reuniões como esta também para falar sobre a nova gripeâ?, diz a chefe do setor, Alete Vornes Ribeiro.

O DRS Leiteiro, como está sendo chamado no município, prevê diversas ações dentro das propriedades â?? que envolvem sanidade animal e legislação ambiental. â??Pretendemos erradicar a tuberculose animal e humana como também a brucelose. Faremos controle periódicoâ?, diz o secretário de Agricultura, Sebastião Mesquita. No que diz respeito a qualidade do leite, de acordo com ele, somente com a melhora do pasto da propriedade, por exemplo, o agricultor pode potencializar a produção em 30%.

Outro fator de interesse do programa, ainda segundo Mesquita, é com relação à melhora genética do rebanho. â??Neste caso é para que possamos implantar uma criação autossustentável, ou seja, o próprio gado vai se reproduzir com qualidade, sem que haja a necessidade do produtor ter de comprar novas vacasâ?.

Com foco no meio ambiente, o DRS pretende recuperar toda a mata ciliar de cada chácara participante. Para tanto, a Prefeitura de Arapoti possui convênio com o Instituto Ambiental do Paraná e fornece muda de árvores nativas. â??Basta o agricultor entrar em contato conosco no fone 3557-1356, fazer um cadastro e solicitar as mudasâ?, anuncia a secretária de Meio Ambiente, Dalcilene Andrade. Além disso, estarão à disposição trabalhos de aprimoramentos de curvas de níveis e manutenção da propriedade com sistema de rotatividade de pasto.

Agricultores

Para o presidente da Associação dos Agropecuaristas do Km 44, Luciano da Silva, os produtores estão interessados no DRS, mas precisam de mais informação. â??Essa reunião foi bastante produtiva, acredito que ajudou bastante neste sentido. Eles começam a entender que com o programa terão baixo custo no investimento e melhorarão a produçãoâ?. Na ocasião, o presidente adiantou futuros projetos da associação, como a implantação de uma cozinha industrial, para agregar valor ao leite. â??Esta é uma intenção para daqui a dois ou três anos, mas queremos fabricar queijo, doce de leite e produtos do gêneroâ?, conta.

A família de Silva possui rebanho com sete vacas leiteiras, que produzem de 12 a 14 litros de leite por dia, cada animal. â??Para nós os benefícios já estão bem claros. Já pensamos em buscar outras formas de renda a partir do leite. Antes de montarmos a cozinha da nossa comunidade com a associação, queremos iniciar a fabricação de produtos em nossa casaâ?, conclui.

Parceiros

Para o efetivo desenvolvimento do programa parcerias são fundamentais. Até o momento, engajados em melhorar a gestão rural do município, estão: Prefeitura Municipal, por meio das secretarias de Agricultura, Saúde, Educação e Cultura, Meio Ambiente, Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico; Banco do Brasil; Faculdade de Arapoti; Arauco; Cooperativa Agroindustrial de Arapoti; Emater; Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento; Assistência Técnica Particular; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Sindicato Rural Patronal; Centro Estadual de Educação Profissional de Arapoti; e Câmara Municipal de Vereadores.

Após ingressar no DRS, receber auxílio dos consultores e melhorar as atividades a partir das práticas desenvolvidas, a propriedade receberá um selo de qualidade â?? documento que vai beneficiar futuros negócios. Além de parceiros do DRS e produtores rurais, estiveram presentes na reunião o secretário de Educação de Cultura, Luiz Onofre Louzada; e os vereadores Ademir Aparecido Moreira e Marino Carlos de Gouveia.