As aulas das escolas municipais de Arapoti já começaram. Com isso é hora de retomar o preparo da merenda escolar que desde agosto de 2010 está com um sabor mais saudável. Ã? que no ano passado o Governo Federal, em parceria com os dirigentes estaduais do paÃs, determinou que a Rede Municipal de Ensino de todos os municÃpios devesse receber produtos oriundos de pequenos agricultores das respectivas localidades. Arapoti optou por entrar para o grupo das primeiras cidades a se adaptarem à nova resolução. Hoje são três propriedades denominadas como â??Agricultura Familiarâ? participantes no municÃpio. Parece pouco, mas elas vêm atendendo as necessidades das escolas e Centros de Educação Infantil da Prefeitura, que reúnem perto de três mil estudantes. No entanto, a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte (SMECE), por meio da divisão de Merenda Escolar, pretende que mais trabalhadores rurais ingressem na iniciativa.
A verba destinada para o pagamento dos agricultores vem do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). De acordo com a nutricionista, Caroline Aparecida Pereira, responsável pela merenda escolar, o valor repassado aos fornecedores é estipulado pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). â??O pagamento é feito mensalmente por meio da modalidade â??Chamada Públicaâ??. E o preço de cada item é estipulado por esta entidade articuladora que faz uma média em cada região, o que é justo para ambas as partesâ?.
Ela diz que a Prefeitura investe 3% da verba destinada para a merenda, o que corresponde a cerca de R$ 2,5 mil por mês. Até o momento Arapoti não aplica os 5% preconizados porque não possui número de produtores suficientes interessados para atender a demanda. â??Nossa procura por produtores é grande e constante, mas realmente falta o interesse. Muitas vezes porque eles não produzem aquilo que precisamosâ?, conta a nutricionista. Enquanto isso, os 2% de verba restantes são direcionados para a aquisição de outras matérias primas como arroz, carne e leite.
Os produtos são entregues uma vez por semana na SMECE. Lá é feita a seleção de espécie e também das quantidades a serem enviadas a cada instituição. A própria SMECE leva tudo até as escolas. Atualmente são 20 itens entre verduras e legumes como alface crespa e mandioca. â??Não são produtos orgânicos, já que não têm o selo exigido pelas autoridades fiscalizadoras. Porém, são todos cultivados com o mÃnimo de agrotóxicos, praticamente isentos, traço da agricultura familiarâ?, explica Caroline.
Ela comemora. â??Fico muito contente em ter a agricultura da famÃlia como nossa grande fornecedora. Além de o municÃpio sair na frente com uma visão inovadora como esta, a população infantil atendida pela rede também se beneficia, pois a merenda escolar se torna mais variada e nutritiva. Melhora o nÃvel de rendimento do aluno em sala de aulaâ?.
Gabriel Moura é um dos agricultores que já ingressaram no programa. â??Estou muito satisfeito com esta parceria com a Prefeitura. Melhorou muito minha condição financeira. O que antes eu vendia â??picadoâ?? e por valores oscilados dependendo do cliente, hoje vendo a um valor fixado no mês e com a quantia certa. Estou com mais estabilidadeâ?, garante.
Arapoti